segunda-feira, 28 de junho de 2010

Nada do eu, e tudo de Ti – M. Lloyd-Jones


Tenho por vezes notado a tendência de nem sequer dar valor ao que a Bíblia considera como a maior virtude de todas, a saber, a humildade. Numa comissão ouvi pessoas discutindo sobre certo candidato e dizendo: «Sim, muito bom; mas lhe falta personalidade», quando a minha opinião sobre aquele candidato específico era que ele era humilde. Existe a tendência. . . de justificar a atitude de uma pessoa em fazer uso de si próprio e da sua personalidade e de tentar projetá-la, impondo aos outros a sua aceitação. Os anúncios publicitários que estão sendo crescentemente empregados em conexão com a obra cristã proclamam em alto e bom som essa tendência.

Leia os antigos relatos das atividades dos maiores obreiros de Deus, dos grandes evangelistas e outros, e verá como procu-ravam apagar-se a si próprios. Hoje, porém, estamos experi-mentando algoque é quase o completo reverso disso. . .

Que significa isso? «Não nos pregamos a nós mesmos», diz Paulo, «mas a Cristo Jesus como Senhof». Quando visitou Corinto, conta-nos ele, foi para ali «em fraqueza, temor e grande tremor». Não subia à plataforma com confiança, segurança e desenvoltura, dando a impressão de uma grande personalidade. Antes, o povo dizia dele: «a presença pessoal dele é fraca, e à palavra desprezível». Quão grande é a nossa tendência de desviar-nos da verdade e do padrão das Escrituras.

Como a Igreja está permitindo que o mundo e os seus métodos influenciem e dirijam a sua perspectiva e a sua vida! Que pena! Ser «pobre de espírito» não é tão popular, mesmo na Igreja, como o foi outrora e sempre deveria ser. Os crentes devem reconsiderar essas questões. Não julguemos as coisas segundo a aparência do seu valor; acima de tudo, cuidemos para não sermos cativados por essa psicologia mundana; e tratemos de entender, desde o princípio, que estamos no domínio de um reino diferente de tudo quanto pertence a este «presente mundo mau».

Studies in the Sermon on the Mount, i, p. 46,7

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